Histórico da Educação de Jovens e Adultos
A trajetória da educação de jovens e adultos no Estado de Alagoas esteve sempre atrelada a campanhas nacionais ou nelas inspirada, cujos objetivos foram sempre ensinar as pessoas jovens e adultas a lerem e a escreverem o próprio nome, em menor espaço de tempo possível. Como exemplo, registram-se as diversas campanhas desencadeadas em diferentes momentos da história da educação brasileira, como a de 1947, no governo de Gaspar Dutra, passando pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, durante a ditadura militar, até o Programa Alfabetização Solidária – PAS, em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Alunos do Mobral em 1970
As campanhas aliaram-se aos déficits do atendimento no Ensino Fundamental, provocando o aumento em números absolutos de jovens e adultos analfabetos, dificultando o acesso e a conclusão da escolaridade mínima garantida constitucionalmente a todo cidadão brasileiro. Esse tipo de atendimento, além de frustrar as expectativas da população em escolarizar-se, confere, ao Estado de Alagoas, as piores posições nas estatísticas educacionais da região Nordeste e do País. Em termos de oferta de Educação de Jovens e Adultos, em Alagoas, somente têm fugido desse modelo tradicional alguns poucos ensaios isolados que, infelizmente, não conseguem ter continuidade e, conseqüentemente, efetividade, por ausência total de políticas públicas capazes de garantir regularidade e permanência no que se tem esboçado.
Entrega de diplomas dos formandos do MOBRAL no ano de 1973 em Olho D'Água na presença de várias autoridades
A proposta de inclusão da Educação de Jovens e Adultos no Plano Estadual de Educação fundamenta-se na concepção de alfabetização de caráter e natureza populares, que supera a idéia de campanhas emergenciais e compensatórias. As campanhas de alfabetização no Brasil sempre consideraram o analfabetismo como um mal a ser combatido, em períodos estanques.
Na concepção defendida nesta proposta, o Estado responsabiliza-se pela exclusão escolar dos jovens e adultos analfabetos, assumindo junto com a sociedade civil organizada a promoção da escolarização desse segmento da população. Nessa perspectiva, o analfabetismo é visto como conseqüência da exclusão social, que deve ser superado, por meio de políticas de educação que devem garantir a permanência na escola, até a conclusão do ensino médio.
Assim, a alfabetização inserida na concepção de letramento, compreende duas dimensões:
a) uma individual, que envolve os aspectos relativos ao processo de apropriação da base alfabética da linguagem na modalidade escrita.
b) e outra sociocultural, que se refere às possibilidades e variedades de uso da leitura e da escrita na vida social, respondendo às suas necessidades, em diferentes contextos e com diferentes objetivos e interlocutores.
Dessa forma, estamos assumindo a alfabetização ao longo dos anos de estudos como parte da política de Estado, garantindo, assim, o direito subjetivo expresso na Constituição de 1988, no seu artigo 208, que assegura a todos os cidadãos brasileiros, independentes de idade, o direito à escolarização fundamental. Esse direito, em sendo um direito social, é também um direito humano.
Entre os resultados apresentados pela Primeira Pesquisa Nacional sobre Alfabetismo (2001), a escolaridade representa um fator decisivo na promoção do letramento da população, pois, somente as pessoas que cursaram pelo menos a oitava série apresentaram domínio das habilidades de leitura e escrita, fazendo uso mais intenso e diversificado em vários contextos.
A trajetória da educação de jovens e adultos no estado de Alagoas foi sempre, como já assinalado, atrelada a campanhas nacionais. Como exemplo, temos campanhas estaduais concomitantes desencadeadas em diferentes momentos da história de Alagoas.
Disponível em: http://www.educacao.al.gov.br/educacao-basica/educacao-especial/jovens-e-adultos/historico-de-educacao-de-jovens-e-adultos/educacao-de-jovens-e-adultos
Adaptado por Elisângela Jesus
Adaptado por Elisângela Jesus