domingo, 13 de novembro de 2011

Analfabetismo do Norte ao Sul do Brasil


O país ainda tem 9,6% da população com 15 ou mais anos analfabeta. A revelação está no Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da queda de quatro pontos percentuais – no Censo de 2000, o índice era de 13,6% – quase 14 milhões de brasileiros (13.940.729) ainda não sabem ler nem escrever.

A maioria dos analfabetos do país está no Nordeste. Sozinho, ele concentra 53,3% (7,43 milhões) do total de brasileiros que não sabem nem ler nem escrever. Esse percentual é maior do que em 2000, quando era de 51,4%.

Quando são considerados apenas os habitantes da região, o índice de analfabetismo é de 19,1%. O Nordeste também tem o Estado na pior situação: 24,3% dos habitantes de Alagoas (537 mil em 2,21 milhões) são analfabetos. Em 2000, eram 33,4%.
A região Centro-Oeste, no entanto, continua com o menor total de analfabetos dentre todos os habitantes do país –5,5%, apesar do aumento de 0,1 ponto percentual em relação a 2000. A região com menos analfabetos entre a própria população é a Sul, com 5,1% (índice que era de 7,7% há dez anos). O Distrito Federal continua como a unidade da federação com a menor taxa: 3,5% em 2010, 5,7% em 2010.
Os dados de analfabetismo ainda são preliminares. Segundo o IBGE, eles são números puros e podem sofrer alterações.

Taxas de analfabetismo

                 2000  
                      
2010
Brasil 13,6% 9,6%
Norte 16,3% 11,2%
Nordeste 26,2% 19,1%
Centro-Oeste                 10,8% 7,2%
Sul 7,7% 5,1%
Sudeste 8,1% 5,5%

Rural x urbano

As maiores taxas de analfabetismo estão nas zonas rurais. Enquanto a taxa nas regiões urbanas chega a 7,3%, no campo ela chega a 23,2%.
Com exceção de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, todas as outras unidades da federação têm taxa de analfabetismo que supera 10%. Alagoas também ostenta o título de "campeã" nesse quesito: 38,6% da população rural com 15 anos ou mais não sabe ler nem escrever.
Nas áreas urbanas, a maior taxa está também em Alagoas, com 19,58% da população das cidades analfabeta. O Distrito Federal também tem a menor taxa urbana, de 3,26%.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Histórico da Educação de Jovens e Adultos

A trajetória da educação de jovens e adultos no Estado de Alagoas esteve sempre atrelada a campanhas nacionais ou nelas inspirada, cujos objetivos foram sempre ensinar as pessoas jovens e adultas a lerem e a escreverem o próprio nome, em menor espaço de tempo possível. Como exemplo, registram-se as diversas campanhas desencadeadas em diferentes momentos da história da educação brasileira, como a de 1947, no governo de Gaspar Dutra, passando pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, durante a ditadura militar, até o Programa Alfabetização Solidária – PAS, em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso.


                                          Alunos do Mobral em 1970
                                                       Fonte: http://reverendo2010.webnode.com.br/album/fotos-historicas-do-reverendo/alunos-do-mobral-em-1970-jpg/

As campanhas aliaram-se aos déficits do atendimento no Ensino Fundamental, provocando o aumento em números absolutos de jovens e adultos analfabetos, dificultando o acesso e a conclusão da escolaridade mínima garantida constitucionalmente a todo cidadão brasileiro. Esse tipo de atendimento, além de frustrar as expectativas da população em escolarizar-se, confere, ao Estado de Alagoas, as piores posições nas estatísticas educacionais da região Nordeste e do País. Em termos de oferta de Educação de Jovens e Adultos, em Alagoas, somente têm fugido desse modelo tradicional alguns poucos ensaios isolados que, infelizmente, não conseguem ter continuidade e, conseqüentemente, efetividade, por ausência total de políticas públicas capazes de garantir regularidade e permanência no que se tem esboçado.



                                                  Entrega de diplomas dos formandos do MOBRAL no ano de 1973 em Olho D'Água na presença de várias autoridades
                                                 Fonte: http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=15644

            A proposta de inclusão da Educação de Jovens e Adultos no Plano Estadual de Educação fundamenta-se na concepção de alfabetização de caráter e natureza populares, que supera a idéia de campanhas emergenciais e compensatórias. As campanhas de alfabetização no Brasil sempre consideraram o analfabetismo como um mal a ser combatido, em períodos estanques.
            Na concepção defendida nesta proposta, o Estado responsabiliza-se pela exclusão escolar dos jovens e adultos analfabetos, assumindo junto com a sociedade civil organizada a promoção da escolarização desse segmento da população. Nessa perspectiva, o analfabetismo é visto como conseqüência da exclusão social, que deve ser superado, por meio de políticas de educação que devem garantir a permanência na escola, até a conclusão do ensino médio.
            Assim, a alfabetização inserida na concepção de letramento, compreende duas dimensões:

a)     uma individual, que envolve os aspectos relativos ao processo de apropriação da base alfabética da linguagem na modalidade escrita.

b)     e outra sociocultural, que se refere às possibilidades e variedades de uso da leitura e da escrita na vida social, respondendo às suas necessidades, em diferentes contextos e com diferentes objetivos e interlocutores.

Dessa forma, estamos assumindo a alfabetização ao longo dos anos de estudos como parte da política de Estado, garantindo, assim, o direito subjetivo expresso na Constituição de 1988, no seu artigo 208, que assegura a todos os cidadãos brasileiros, independentes de idade, o direito à escolarização fundamental. Esse direito, em sendo um direito social, é também um direito humano.
Entre os resultados apresentados pela Primeira Pesquisa Nacional sobre Alfabetismo (2001), a escolaridade representa um fator decisivo na promoção do letramento da população, pois, somente as pessoas que cursaram pelo menos a oitava série apresentaram domínio das habilidades de leitura e escrita, fazendo uso mais intenso e diversificado em vários contextos.
            A trajetória da educação de jovens e adultos no estado de Alagoas foi sempre, como já assinalado, atrelada a campanhas nacionais. Como exemplo, temos campanhas estaduais concomitantes desencadeadas em diferentes momentos da história de Alagoas.


Disponível em: http://www.educacao.al.gov.br/educacao-basica/educacao-especial/jovens-e-adultos/historico-de-educacao-de-jovens-e-adultos/educacao-de-jovens-e-adultos

Adaptado por Elisângela Jesus